Hoje resolvi pegar um trem e ir revisitar um lugar bonito. Fui até uma estação e logo embarquei. Durante a viagem fui apreciando os diferentes tons das paisagens, a densa floresta, as montanhas, o azul do céu, as nuvens passando e formando desenhos na minha imaginação.

Ao atravessar uma ponte fiz elo com um passado bem recente, um lugar bom de minha história que, em poucos minutos, trouxe-me à realidade. Foi bom ter voltado lá.

Desembarguei na estação que havia programado. Tudo estava como o esperado: o sol estava radiante, com clima bom para um dia de verão. Encaminhei-me para ver as cachoeiras que ficavam ali perto do lugar que escolhi ficar por algumas horas daquele dia.

Procurei a sombra de uma árvore, sentei-me numa pedra e fiquei ali parada, olhando as águas caindo, naquela beleza ímpar, em que as espumas e o som das quedas d’água, deixou-me em êxtase.

Acompanhei com o olhar as águas correndo para o rio e junto lá iam meus pensamentos, navegando pelas corredeiras.

Ah, para completar o cenário, uma borboleta posou numa flor solitária, como a me dizer que a melhor companhia é aquela que se escolhe ter.  

É sempre assim, a natureza me proporciona esses momentos de sensatez e eu usufruo deles para refletir sobre as minhas escolhas. Passo horas voando com os pássaros e aprendendo a posar em lugar seguro.

Chegou a hora de voltar pelas mesmas estações. Levantei-me, respirei o ar puro, caminhei segurando na mão da esperança, com a leveza de quem fez mais um belo e reconfortante passeio pelo trem da vida.

Iêda Chaves Freitas

11.01.2022

Obs. A foto é na estação de Muçum -RS.