Em meio à multidão
Contando as horas,
Vislumbro o céu –
A melhor hora.
Face a face com o sobrenatural,
Não posso esperar muito –
Dos meus semelhantes.
Não há o acolhimento,
Atmosfera cinza e disforme.
O vento gélido,
Batendo nos meus cabelos –
Sentindo o ar quente da maldição.
Controvérsias tenebrosas –
A escuridão.
Não há outra solução,
Senão esperar o passar do tempo.
Revelam-me o que é verdadeiro,
No descontrole total.
Na dor que dilacera o corpo,
A alma na busca pela transmutação.
Não espelhando-se –
No que há de mal.
De mãos atadas –
De pés amarrados –
Sem alguma convicção.
Olhe-me!
Preste atenção!
O semblante emoldurado pelo desprezo,
Qual foi o crime cometido –
Na esperança de dias melhores?
Nas profundezas do âmago,
Há o zelo por aqueles que se foram.
E outros mais, que ainda irão.
Pela falta de afeto,
Pela incompatibilidade de compaixão.
Criaturas vistas como números,
De uma possível estatística.
Triste fim –
Não há mais o progresso,
Zerada a empatia.
O ser humano perdendo a essência,
Na luta contra o mal – Perdendo.
Nenhum movimento crístico,
Somo apenas mais um –
Em meio à multidão.
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