Em meio à multidão

Contando as horas,

Vislumbro o céu –

A melhor hora.

Face a face com o sobrenatural,

Não posso esperar muito –

Dos meus semelhantes.

Não há o acolhimento,

Atmosfera cinza e disforme.

O vento gélido,

Batendo nos meus cabelos –

Sentindo o ar quente da maldição.

Controvérsias tenebrosas –

A escuridão.

Não há outra solução,

Senão esperar o passar do tempo.

Revelam-me o que é verdadeiro,

No descontrole total.

Na dor que dilacera o corpo,

A alma na busca pela transmutação.

Não espelhando-se –

No que há de mal.

De mãos atadas –

De pés amarrados –

Sem alguma convicção.

Olhe-me!

Preste atenção!

O semblante emoldurado pelo desprezo,

Qual foi o crime cometido –

Na esperança de dias melhores?

Nas profundezas do âmago,

Há o zelo por aqueles que se foram.

E outros mais, que ainda irão.

Pela falta de afeto,

Pela incompatibilidade de compaixão.

Criaturas vistas como números,

De uma possível estatística.

Triste fim –

Não há mais o progresso,

Zerada a empatia.

O ser humano perdendo a essência,

Na luta contra o mal – Perdendo.

Nenhum movimento crístico,

Somo apenas mais um –

Em meio à multidão.

***

Blog Poesia translúcida

Fabby (ana) Lima
Enviado por Fabby (ana) Lima em 11/01/2022
Código do texto: T7426955
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