MINEIRO DA TERRA
Madrugada já na lida
Calça a mateira já no curral
balde pela metade de leite
Ao lado um embornal
É a farinha de milho
Que será misturado a caneca do leite
Saciando a primeira refeição do dia
Da família em geral.
A ordenha logo termina
Arreia seu cavalo Alasão
Atravessa a grota do Matão
Levando o leite da Cumade Barbina
Que fica logo abaixo do Riachão.
Logo de volta a lida
Passa na venda do Seu Joaquim da Fia
Compra seu pedaço de fumo
Dois litros de querozene
É a alegria de ser perene
Que corre o dia sem rumo
Dando seu sustento a família
Desde cedo com o sol a prumo.
Maria na lida da cozinha
Na gamela, há meio kilo de Farinha
Será sovada a massa bem batida
Roscas que será logo servida.
Zé, não tem descanso
Jaca de milho nas costas
Dá um um pouco de milho aos Gansos
O resto segue seu trieiro
Será dado aos Porcos no chiqueiro.
Noitinha já dentro
Esquenta um pouco de unguento
Amainará sua ferida
Feita com a mordida de um porco
folhas de fumo e urina
Na ferida seram inseridas .
Assim é vida que leva o Zé
Que mora no Capão do Itereré
Feliz a sua maneira
Na sua rocinha mateira
Não vive só
Tem a sua Maria
Que é lá do sertão do Cafundó...