Ato de sublimação

Olho-me;

Através dos meus olhos,

O que posso contemplar –

Senão a imensidão?

O espaço terreno ao redor,

Talvez seja apenas uma ilusão.

Fazendo parte –

Daquilo que desejamos:

Permanecer em paz.

Contemplando a natureza,

Oferecida pela beleza –

Em tudo o que se apraz.

O que aprendemos desde cedo,

Que nem tudo é perfeito.

Nem todos os seres humanos,

Compactuam de igual vontade –

Impedindo a admiração.

O alto ego se inflama, queima e destrói –

Onde põe a mão.

Aniquilando qualquer resquício de vida.

Em meu interior –

Contemplo o real potencial.

Imaginando o verde,

Em seu mais digno esplendor.

Voando pelas matas coloridas,

Miscelânea de flores e frutos.

Os pássaros com elegância –

As melodias cantarolando.

Qual será o nosso futuro,

Calcado em desinformações?

A autocrítica correndo pelas veias,

Como uma droga que se tornou lícita.

Viciando os ignorantes –

Com pré-julgamentos infundados.

A livre espontaneidade –

A leveza de pensamentos –

Isto é lembranças de anos atrás.

Não fazem mais parte do cotidiano,

Antes a ditadura velada nas entrelinhas –

Cada vez mais dá as suas caras,

As nossas para bater.

Aniquilar –

Julgar –

Submeter –

Fazemos parte de sórdidos planos.

Sofrendo o retrocesso,

Não existe mais o progresso.

Impondo uma mordaça em nossas bocas,

Asfixiando-nos –

Excluindo o nosso direito de fala.

O desejo de fluir –

De ir mais além –

Vão de encontro às suas atrocidades.

Vários países,

Várias formas de escravizar

A população mundial,

A mercê de seus desmandos.

Quando seremos colocados –

Em primeiro lugar?

Não somos nenhuma opção!

“Os poderosos” –

Seguem devastando as terras,

Que não são de uma minoria.

A maioria sofrendo com o caos,

Eternas vítimas –

Da agenda global.

Até quando aceitaremos,

De cabeças abaixadas –

Imperando o mal?

Caminhamos para a beira do abismo,

Sobrepondo-nos as artimanhas.

Na eminência de ataques –

Outra guerra mundial,

No meio de tantas outras.

Indivíduos de tantos países,

Vagando como zumbis –

De nação em nação.

Na busca de uma vida melhor,

Auto estado de flagelação.

Quem é que se importa?

Grandes homens “no poder”,

Pelos menos favorecidos –

Nada por fazer.

Enormes quantias,

Concentradas num mesmo lugar.

Famílias dizimadas pela fome,

Sem acesso ao básico.

Enquanto, poucos entorpecidos –

Pela gula.

Jogos de interesses,

Como numa partida de xadrez.

Colocando em riscos vidas alheias,

Quanto mais vai se ganhar,

Sem escrúpulos – Especula.

Olho-me;

Através dos meus olhos,

O que posso contemplar –

Senão a imensidão?

O espaço terreno ao redor,

Talvez seja apenas uma ilusão.

Fazendo parte –

Daquilo que desejamos:

Permanecer em paz.

Contemplando a natureza,

Oferecida pela natureza –

Em tudo o que se apraz.

O que possuímos de concreto,

É essa vontade de resiliência.

Não dependendo do Estado de direito,

Do poder público –

Ou de suas alusões.

Devemos realizar o que faz sentido,

Do nosso livre arbítrio –

Regidos pelas expectativas,

De acordo com as perspectivas –

Transmutação – Ato sublimação.

***

Blog Poesia translúcida

Fabby (ana) Lima
Enviado por Fabby (ana) Lima em 09/01/2022
Reeditado em 09/01/2022
Código do texto: T7425390
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