Enquanto aqui e pude amar, amei...
Amando todas as luas, os mares, as serras, ...todos os raios de sol!
Toda terra, vasta e bela, todo dia nascendo,
Tardando, fechando em arrebol e anoitecendo!
Enquanto pude amar, amei...
Amando todas as estrelas dispostas no infinito , até as cadentes...
Viajei em sonhos, as toquei e até fui bater, às portas do céu!
Lá brinquei com essas maluquinhas cintilantes
Me escondi para assustá-las, empulhando e rindo dessas zombeteiras,
Me esconendo por detrás de nuvens clarinhas e gordinhas,
...branquinhas, iguaizinhas..., como fora feitas de algodão!
Enquanto pude amar, amei...
Amando a natureza, na sua forma mais completa e abrangente!
Aprendi admirar a beleza e a particularidade de cada flor!
Ainda que em sonhos, pois nunca os deixo de sonhar,
Voei alto e baixo, abrigado nas asas de uma águia imponente
Depois, como por encanto (e assim foi mesmo),
Não menos que de repente...
Conversei com os beija flores e eles ali paradinhos no ar, me ouvindo!
Eu sei lá como, conseguia acompanhá-los,
Parecendo flutuar, melhor, parecendo também voar!
Dando entender, que entendiam tudinho que eu falava, eles quietinhos!
Eu compassivo e paciente para retribuir, doce e inocente atenção
Sem pressa, pois de fato não as tinha, ouvindo todos seus lamentos!
E querem saber, eram exatamente os mesmos lamentos meus, igual...
Ainda me vinham e me zumbiam, querendo brincar....
Querendo participar da conversa, lindas borboletinhas coloridas!
Até enquanto pude amar, amei...
E até vou contar-lhes um segredo a vocês, uma coisa inacreditável...
Quando me precatei estava eu, no meio de um bando de leões
E achegando-se sem parar, vários outros animais de porte
...elefantes gigantes, girafas enormes, zebras e suas listas de simples feitura,
Mas lindas incomuns, irrepetíveis e sem duplicidade outras...
Macaquinhos sapecas então... tantos deles, de tipos e tamanhos, que sequer conhecia!
E muito..., muito mais bichinhos de toda espécie, vieram pra perto
E nenhum, absolutamente nenhum, naquele momento pensou me agredir!
Tampouco algum medo me abateu, naquelas intermínáveis horas de poesia real!
Enquanto pude e me deixaram amar, eu amei...
Amando todas as mulheres que nem mesmo as conhecia.
E por momentos, desconfiava se de fato existissem!
Crianças, estas criaturinhas, como não querer ver seus sorrisos,
Como não amá-las e só querer, sonhar com elas?
Em contra partida via que os homens, os adultos e fortes
Preocupavam-se demais a todo instante, negar amor!
Se dizendo e se fazendo sempre, preocupados e ocupados demais!
Se mostravam arredios e avessos, a todo tipo de carinho e bem querer!
Se diziam machos demais para pedir por favor, e chorar então...
Ah! A vários deles...
Quis eu falar de poesias, de versos, rimas e dos meus poemas!
E mesmo não achando normal, alguém dizer não gostar de poesias
Mesmo eu insistindo..., tudo em vão e sabe o que ainda diziam?
"Não...!
Não gosto disso, nem de ler, nem tenho tempo pra essas coisas..."
Às vezes, e não eram raras as vezes, escapavam dizeres do tipo,
Não gosto dessas bobagens, isso é coisa pra mulher
(esses tolos e sem coração)!
Quem tão bem disse isso foi Quintana
E esse de quem ele fala, também sou eu!