Gostava de me ver adornada
pelo brilho das joias, onde nelas
refletiam sua insignificância.
Custei a entender por que havia me roubado
todas minhas joias,
As joias de uma companheira de três décadas,
A mãe dos filhos amados.
Dormia eu, e acordava com a mesma pergunta.
principalmente, por nunca ter ouvido uma história
em que o companheiro roubara as joias da esposa para
presentear sua amante.
De repente, minha mente foi clareada,
quando descobri que para ele a mulher não tem a menor importância.
A importância está nas joias que adornam a mulher,
seja ela quem for, que o estiver acompanhando.
Ao caminhar ao seu lado o corpo revestido de joias,
não será notado, somente sua presença. A mulher nada significará.
Nem mesmo do rosto feminino lembrarão, pois estará ofuscado
pelas joias que desfilam em seu corpo.
O que importa para ele é o enxergarem como um magnata generoso, que cobre sua "dama" de ouro e prata.
A insignificância foi que o tornou em um marginal.
E diante dessa visão e dessa real compreensão,
eu pude aliviar a minha dor e a dor dos meus rebentos,
que se sentem igualmente lesados e insultados
pelos seus atos insanos que primam pela criminalidade.
O que poderia eu esperar de um homem que teve, durante todos os anos de nossa vida em comum, e continua tendo, como melhor amigo garrafas de whisky, ou garrafas de vodka, e um copo qualquer?