Fora da realidade
O tempo correndo rápido e translúcido.
Não podemos vê-lo, toca-lo e nem ao menos senti-lo –
Passa apressado e não pede licença.
A sua velocidade faz com que nos percamos em meio aos sentimentos,
Redescobrindo-nos mesquinhos.
A sina do ser humano, traduz-se no ato da sobrevivência.
De querer desfrutar –
Possuir uma vida a qual não lhe pertence.
Às vezes, é tão fácil e desafiador manipular, mentir e levantar falso testemunho –
Para obter o que não é da sua alçada.
É muito massacrante tudo o que nos cerca,
Por isso, desejo apenas o que é meu –
O que foi prometido – O simples –
E ainda não sei ao certo.
Às vezes, percebo-me em um mundo tão intransigente –
Que me viola de todas as formas, negando-me o prazer de viver,
Ao mesmo tempo, protegida.
As energias, por vezes, tornam-se tormentas e vem com o poder de uma surra em meu corpo, fazendo-me dolorida –
Como também a alma, e essa é a maior de todas as agonias.
Como as pessoas podem ser tão cruéis ao ponto de não perceberem os seus atos?
Por isso, tranco-me.
Sou invisível –
Torno-me inacessível.
Tenho um mundo –
Pode ser imperfeito,
Mas é o meu.
Tomo o poder em desvenda-lo,
Com uma única arma: A escrita.
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