NADA VALE! /

NADA VALE!

(Carlos Celso Uchôa Cavalcante=31/dez./2021)

De que me vale a beleza

que vejo em farta mesa

se não participo dela?

De que me vale a aquarela

linda, exuberante em cores

se não exprime as dores?

As dores dos que sem fala

somente ver, ouve e cala,

porque, reclamar a quem?

De que me vale a algazarra,

os falsos brindes, a farra,

essa falsa alegria?

Nada vale! Pois eu vejo

mesas vazias, desejo

por um resto de comida.

Provocação ao infinito

pensam ter céu mais bonito

enfeitados pelas piras.

Mas, não! A beleza está

em quem tem e pode dá

amor, paz e humildade.