Escárnio
De todas as coisas
Que não podem tirar de um homem,
É a paixão, paixão pela vida pela morte, pela alegria e tristeza, pelo azar e pela sorte, que adormece no coração e desperta com o escárnio,
Escárnio que a vida concede rindo de nossos sonhos, de nossos pesadelos
E o que é a vida?
Doce e profunda,
Rasgando sentimentos abaixo, como a cólera que entorpece o âmago sereno,
Que rouba a alma da morte
O que serías de mim, ausente do que busco entender a todo custo
A que caminho anda meu destino
Se não sinto mais paixão, estou morto então...
Se reluto dizer-me que sou fraco para não sentir todas essas dores como sente em tuas lágrimas,
Se de mim resta a poesia que com ela danço em estrelas cadentes..
De minhas espinhas frias, vive a melodia que a chuva leva com o sabor do vento
Rasga de mim meu peito e te entrego ardendo meus desejos,
Assim então, talvez, eu ainda sinta alguma paixão
Talvez eu sinta, o que é vida então