As mãos

Tenho admirado muito minhas mãos!

Admirado tantas mãos!

Diferentes das patas dos animais,

Em nós elas cumprem coisas demais.

Não sei porque nos incutiram que a cabeça é mais importante.

Não paro um instante

Sem usar minhas mãos.

 

Quantas vezes elas dissimulam nossa insegurança,

Segurando um copo de bebida,

Que também pode ser uma bengala.

O corpo desde criança

Está centrado nas mãos que seguram o peito,

Que se tocam livremente,

Que dispõem dos dedos como chupeta,

E dá segurança no engatinhar.

 

Hoje vi uma funcionária de supermercado

Que trabalhava no caixa passando as compras,

Sem embalador,

E sem uma das mãos.

Era quem fazia mais rápido o serviço

E ate me ajudou a abrir uma sacola

Pois eu demorava muito.

 

Então ter duas mãos a seu dispor,

Só em casos excepcionais na criação.

Merecemos tanta riqueza?

Temos dúvidas!

Então que se honrem as mãos:

Para comer,

Para acariciar,

Para rezar,

para elevar aos céus,

Para brincar,

Para tocar um instrumento,

Para o prazer.

 

As mãos foram feitas:

Para se elevar a Deus!

Para se enlaçar ao outro!

Para o amor.

 

Edebrande Cavalieri
Enviado por Edebrande Cavalieri em 24/12/2021
Reeditado em 24/12/2021
Código do texto: T7414343
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