A morte e não há arte, há vida
Eu odeio a arte, toda forma humana de expressão, quem disse que tenho que amar o que é humano no sentido que dele derivou? Tire-me daqui as suas obras do expressar-se ao negar-se, tire-me daqui as suas revelações por não ser, tire-me daqui a sua estética bela, harmoniosa e mentirosa que nada me diz além de forma da imaginação. Não, por mim ficariam calados e assim não teriam tantos afortunados de berço achando que entendem de arte, o que vem a ser arte, ou tantos adolescentes depressivos achando que são uma espécie de Beethoven, ou ''venerando'' Nietzsche sem saber que este próprio fato é esdrúxulo e desprezível na sua própria filosofia, sem o saber e sequer sabendo quem o é de fato, acham que são niilistas, coitados (rsrs). Quem disse que o eu deve amar o que se é tido como arte por fazer o que é denominado por arte? Não, prefiro a mim e a mim não sou arte, não sou dito e nem me digo por completo ou fingido; sou um humano agonizando enquanto escreve, agonizando esta vida tão insípida e teatral, ridícula! Não, não faço arte, faço mentes com a escrita e mártires de nem um ideal. Afaste-se de mim as poesias apaixonadas daqueles adolescentes imbecis jurando amor eterno, alguém os diga que irão morrer, alguém os diga que somos produtos do abismo inominável e sem propósito; alguém vos explique a matemática do caos e as falhas de todo planejamento _contingência_, alguém por amor dos céus os explique a inoperância de toda intervenção e os afaste, assim, de si mesmos como arte e os aproxime de si mesmos como humano demasiado humano. Não, não há arte, há um movimento natural e contínuo do expressar-se ao agonizar o fato incoercível, ininterrupto e inalienável do nós para nós, de nós mesmos para nosso fim, portanto, expresso a mim enquanto agonizo e tudo isto por ser humano, expresso o humano e nada mais, fim.