Terei Que Dar Conta

Que eu torne perita a me incluir nas preces como criação Divina passageira.

Que Eu seja sentida como parte do serviço realizado pela Fonte Divina, integrante da grande obra, arte suprema da existência.

Que eu viva, e deixe viver o outro que habita o corpo da mesma natureza que o meu, na sua crença, no seu contragosto, na sua ideologia, na sua religião, na sua profanação, na sua desilusão, no seu sucesso, no seu fracasso, na sua descrença, na sua indiferença.

Nos últimos dias do ano, que eu não descuide de me manter no aprendizado para estar em tudo isto.

Que o movimento do Sol nas alvoradas, e nos instantes do crepúsculo, Eu me inclua nele, sendo para lembrar-me de que o futuro pede passagem.

Quão frágil é o corpo a qual iria habitar! Feito para o descarte. Para não me deixar esquecer de que dia a dia ele estaria acabando, e a hora da partida chegando.

Para quê serviria a manjedoura como berço, e o estábulo como primeira casa, se não fosse para trazer a mensagem do Alto à partir do simples, muitas vezes indecifrável para a mente inferior que vive a sobrecarga do mundo material nela.

Terei que dar conta da existência que porto. Terei que dar conta da aceitação da finitude de tudo. Terei que dar conta de absorver tantas verdades. Terei que terminar de fazer a rendição, a compreensão de que sou feita de matéria Divina,. Terei que dar conta de mim mesma no fim, estando desperta, consciente dessas verdades, pronta para a dissolução no Nada Divino .

Árvores de natal, papai noel, rena e trenó, não serão instrumentos para acalmar o coração com tantas verdades.

Terei que dar conta da existência que porto.

A glória sublime de ser é a meta!

Márcia Maria Anaga
Enviado por Márcia Maria Anaga em 21/12/2021
Código do texto: T7412441
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