o oco do tronco, a falácia no argumento e a fragilidade do casco
Sinto em dizer
Mas seus argumentos
Da mesma maneira
Que suas observações
São falaciosos
Nunca
Repito, nunca,
Ouvira ou ouvirá
Algo próximo do que dizes
Sair de minha boca
Sou Humano
Demasiado, Humano
E por isso mesmo
Ciente e consciente
De minhas limitações
Logo,
A perfeição,
Essa maldição dos hipócritas
A perfeição,
Para meu orgulho
Não habita meu ser
Como disse
Sou Humano
Demasiado, Humano
O que isso significa?
Lhe pergunto
Direis, ao ouvir estrelas
Que reconheço minhas fraquezas
E acredite, sem modéstia e ironia,
Sou feliz por isso
E mais
E aí, estaremos de pleno acordo
Porém, seus argumentos
Como disse
E também suas observações
São falaciosos
Porque, como àquele
Que ignora o nascimento
De um Jardim porque não vê a flor
Seus argumentos se baseiam em premissas ocas
como um tronco de árvore velho
Só tem a casca
Reconhecer o jardim na possibilidade da flor
Em oposição a árvore oca
Significa que a possibilidade da flor
Sustenta que se vislumbre o jardim
O tronco oco não leva à árvore
Eis, aí,
O que me parece ser a beleza do limiar de um novo dia
A possibilidade do Jardim aponta
Para um Continum de tempo
que se anuncia como outros por virem
O oco do tronco, como a sentença do tempo
Aponta para algo que está em findação de sua existência
Tem uma história, um tempo percorrido
E que,
Como o barco que chega ao porto após longa viagem
Precisa ser levado ao estaleiro
Posto que seu casco já não suporta as rajadas das ondas