Emoldurado de paisagens humanas

Preso em uma corrente, apenas mais um elo

Um individuo mordaz que descansava numa sonolenta paranoia

Estar agrupado em um bando que conspirava afetos em lotes

Era apenas uma turma, mais um emoldurado de paisagens humanas

Em palavras, não conseguiria descrever o gênio e a intransigência,

Como um sentimento de embriaguez passavam-se dez ciclos zodíacos.

Minhas palavras não surtiam efeitos singelos

Eram roupas ásperas e andrajos torpes que se extinguiam lentamente

Enquanto minha mente revolvia eventos de décadas passadas

Esse era o zodíaco mordaz em que me envolvera

Esse era o presente de uma estação das brumas.

Depois das horas em que o êxtase se inebriava condolente

Uma parte perseguia a catarse ambulante que não encontrava seu nicho.

Eram meandros insolentes que ridicularizavam seu próprio caminho

Serpenteavam ébrios suas órbitas oblíquas profusamente sem direção

Lutavam para se desgrudar e cansavam-se bêbados.

Entre plumas e penas faziam da sua monotonia o carnaval de sínteses

Prestidigitavam-se uns aos outros convertendo obras ao acaso,

Adormeciam os olhos numa paixão cegante.

Outrora, este era o caminho sem volta

Até o primeiro elo se romper

Até os laços se desvanecerem cansados de tanta circularidade

Pelos sinuosos disfarces foram desvanecendo proliferamente

Em meio aos semblantes aturdidos e as críticas mordazes

Diluíram-se em miríades de significados reluzentes

Foi o fim de uma era de enredos e tramas

Era a cama ideal ao qual se deitavam inertes

Revelaram o manto que cobria tudo vorazmente.

Luiz Revell
Enviado por Luiz Revell em 19/12/2021
Código do texto: T7410892
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