Vazio

Bebendo o vinho da mais pura hipocrisia

O homem caminha, caminha

Sem chegar a lugar algum

Senta-se à beira do abismo da alma

Recordando de tempos passados

O homem chora, chora

Se vê paralisado pela vida de inconstância

Ensorbebece-se de vaidades infindas

Fumando dois cigarros ininterruptos

O homem sorri e sorri

E deparando com o vazio intangível

Continua sua caminhada

Inconstante, frívola, vã

Esbarra na solidão que tanto procurava

Infeliz, se percebe dentro da imensidão

Torna novamente a tomar um conhaque quente

Seus dedos gelados mergulham o copo

Acende o seu último cigarro

As lágrimas molham o chão

Então percebe-se vulnerável

Intocável e triste

Só lhe resta sonhar ou morrer ali.

Angela Dias
Enviado por Angela Dias em 18/12/2021
Código do texto: T7410066
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