Vazio
Bebendo o vinho da mais pura hipocrisia
O homem caminha, caminha
Sem chegar a lugar algum
Senta-se à beira do abismo da alma
Recordando de tempos passados
O homem chora, chora
Se vê paralisado pela vida de inconstância
Ensorbebece-se de vaidades infindas
Fumando dois cigarros ininterruptos
O homem sorri e sorri
E deparando com o vazio intangível
Continua sua caminhada
Inconstante, frívola, vã
Esbarra na solidão que tanto procurava
Infeliz, se percebe dentro da imensidão
Torna novamente a tomar um conhaque quente
Seus dedos gelados mergulham o copo
Acende o seu último cigarro
As lágrimas molham o chão
Então percebe-se vulnerável
Intocável e triste
Só lhe resta sonhar ou morrer ali.