A Cisma Paradoxal
Laços imaginários do desapego moderno
Fendas temporais de um dia solitário de inverno.
Como foi e é difícil deixar para trás o passado
Seus apegos imaginários construídos sem porquê
Suas nomenclaturas que nos serviam de morada
Traziam em seus quartos sentimentos apreciados.
O que depois se transformou em um emaranhado de sensibilidades
Causou um espanto, uma mixórdia que não se encaixava
Vários paradigmas em um mesmo conceito,
Vários tons de uma mesma sombra.
Na construção de um novo dia
Novas palavras foram criadas sem significado
Uma linguagem de tons opacos foi se formando
Em um livro existencial de forma grotesca.
Foi deixando para trás em uma fenda que luzia bêbada
Seus espasmos multicoloridamente em tons pastéis
Seus batons de dias feriados, de dias adversos
Luas brilhavam em um céu mudo
Palavras eram pontos surdos
Na contramão dos sentidos
Perdi a chama
Deitei na consternação de uma história desoladora
E me fiz apenas parte de mais um momento torpe.