A Cisma Paradoxal

Laços imaginários do desapego moderno

Fendas temporais de um dia solitário de inverno.

Como foi e é difícil deixar para trás o passado

Seus apegos imaginários construídos sem porquê

Suas nomenclaturas que nos serviam de morada

Traziam em seus quartos sentimentos apreciados.

O que depois se transformou em um emaranhado de sensibilidades

Causou um espanto, uma mixórdia que não se encaixava

Vários paradigmas em um mesmo conceito,

Vários tons de uma mesma sombra.

Na construção de um novo dia

Novas palavras foram criadas sem significado

Uma linguagem de tons opacos foi se formando

Em um livro existencial de forma grotesca.

Foi deixando para trás em uma fenda que luzia bêbada

Seus espasmos multicoloridamente em tons pastéis

Seus batons de dias feriados, de dias adversos

Luas brilhavam em um céu mudo

Palavras eram pontos surdos

Na contramão dos sentidos

Perdi a chama

Deitei na consternação de uma história desoladora

E me fiz apenas parte de mais um momento torpe.

Luiz Revell
Enviado por Luiz Revell em 15/12/2021
Reeditado em 16/12/2021
Código do texto: T7408113
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