PRIMEIRO AMOR
Eu era teus olhos enquanto me via. Na inocência de querer-te, como quem deseja o sol amarelo e fresco da manhã.
Corria livros sobre duendes e fadas, de mãos em mãos desfilavam princesas, príncipes e dragões.
Eu plantava sonhos em teu jardim noturno e enquanto mudavam luas e estações, eu inventava canções que (talvez )
teus lábios alcançava.
Queria o tênis da moda pra te impressionar, e tudo o que eu tinha era o velho sapato que alguém doou pois já não servia.
Assim eu passei pra você, como estações. Assim os meus sonhos plantados feneceram. Cresci, crescestes sem saber dos livros onde residiam velhas canções escritas com fúria, desejos e lágrimas.
Meu amor por ti ?! Doei-o ( velhos sapatos ). O tênis da moda te levou nos braços ao reino encantado com suas princesas,
príncipes e fadas. No meu reino somente os duendes, ogros e dragões ficaram...
De tudo ainda me restou a tarde que entra em meus olhos ( velha vidraça ), Me restou a tarde de um peito deserto
e um sol amarelo quente e sem graça.
Não te peço remorso, pena, arrependimento. O amor quando vai leva junto a mágoa e se desfaz nas nuvens como chuva fina molhando os olhos que vê e que passa. Passou, passei, passastes...e tudo passa!!!