Nada é concreto
Há uma imensidão –
Guardada dentro do meu peito.
Trancafiada à sete chaves,
Na incongruência de meus dias –
Absortos,
Tecendo um emaranhado de pensamentos.
Há uma questão, tão necessária,
Quanto a existência humana.
Um porvir –
Um pensar –
Uma ansiedade louca,
Por respostas.
Que tenho a certeza,
De que nunca existirão.
Nada é concreto,
Em uma sociedade.
Onde a linha,
Entre o certo e o errado –
E/ou o bem e o mal,
É bem tênue.
Onde o paradoxo –
Vagueia pela existência.
Um lugar, em que,
A boa prática da convivência,
É mesclada e maquiada,
De acordo com os interesses.
Convenções sociais –
São as mesmas,
E jogadas para debaixo do tapete,
Quando necessárias.
Tudo soa estranho e mesquinho -
Talvez seria cômico,
Se não fosse trágico.
Somos seres paradoxos,
Na militância do dia a dia:
“Faça o que eu digo,
Mas não faça o que eu faço.”
É tudo um imbróglio,
Na transitoriedade terrena.
Poucos são aqueles que buscam –
Um verdadeiro entendimento,
E a expansão interior.
Para que tudo seja coerente,
Da maneira que deve ser e de coexistir.
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