Cadeia da produtividade
O ar claustrofóbico,
Impossível de se respirar.
Uma nuvem cinzenta,
Impregnando o ar.
Se não bastasse a poluição,
A soberba – Maior condição.
O narcisismo e sua tortura,
Por que tanta maldade?
Moldados na semelhança de Deus,
Subjugados por nossas condições -
Ou na falta dela, o que se valha.
Tachados como insuficientes,
Na cadeia da produtividade.
É autossuficiente,
Aquele que gere –
O que tem o poder de acumular.
Riquezas e patrimônios.
Todas as noites –
Dormindo com os seus demônios.
Como deita a cabeça no travesseiro?
Santa ingenuidade,
Sabendo que o próximo –
Vive outra realidade.
Não é necessário conhecer ou não,
Basta olhar em volta com atenção.
Espalhados pelas redes sociais,
E não é fake news –
O triste retrato do Brasil.
Um olhar mais além:
Um país –
Continentes –
O mundo afora –
Em completa divisão.
Poucos com muitas riquezas –
Imensidão.
A grande maioria com nada –
Autoflagelação.
Dispa-se da hipocrisia,
Tenha uma visão com compaixão.
Nada é perfeito,
Ao teu redor.
Faz os interesses,
Girar em torno do seu umbigo –
Tirando dos outros,
O abrigo.
Dizima a fome,
Em quem não consome -
Infiltra o capitalismo desacerbado.
É muito triste,
Conviver com as inverdades,
Sem nenhum resquício,
A incerteza persiste.
Esmaga entre os dedos,
Dos ínfimos, a esperança.
Não há beleza,
Em tua realeza.
O que será que realmente importa?
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