Se eu fosse Deus.
Se eu fosse Deus e criasse um ser complexo como o ser humano, dotado de um cérebro e múltiplos talentos, seria lógico não dar a este espécime da natureza, o único dotado de inteligência e um espírito eterno o livre arbítrio?
Seria lícito não dar à minha mais cara criação um cérebro privilegiado, capaz de refazer-se através da neuroplasticidade e capaz de elaborar sinapses ainda quando o corpo já estiver decadente?
Se eu fosse Deus e desse a este homem um planetinha perfeito para sua subsistência, não esperaria dele que cuidasse de sua morada?
Se eu fosse Deus e observasse a minha obra, seria capaz de castigar este ser que criei ignorante por cometer crimes?
Se eu fosse Deus não daria a este homem uma consciência profunda para que ele examinasse seu comportamento e pudesse reparar todos os seus erros através das reencarnações?
Se eu fosse Deus, finalmente, não daria a este ser que amo fortemente a capacidade de se amar e ser amor?
Mas como não sou Deus tento entender como alguns humanos ainda desconhecem suas capacidades e acham que conseguirão poder através de coisas materiais, e atitudes contra as leis divinas tão perfeitas.
Não entendo como não buscam em si a fonte inesgotável de amor que habita o silêncio da alma – Deus. Ali no exato lugar onde está a verdade, o passado e o futuro.