AQUELA DOR
Então o choro veio e eu sabia que ele era antigo.
As lágrimas vinham com força, feito cachoeira alta.
O barulho daquela água, que descia com força, banhava todo o rosto que se transformava em súplica.
A boca murmurava um apelo fraco, franco, desassossegado , amargurado.
Por que Deus havia me abandonado?
Por que meus apelos tinham que ser tantos e nenhum atendido pelo Ser Supremo.
Já era Natal de novo, e tudo não mudava.
A dor ainda estava ali.
E mesmo assim, engoli o choro, limpei o rosto e segui ...
Triste, mas segui.