Roda/Moi/nho... Se Refaz!
No anelo, dos meus pensamentos, o vento passa e leva, espalha por toda parte um pouco de mim. Fico assim, a observar somente, a liberdade que o tempo faz em suas mudanças, em suas andanças, nuances que tocam e que simplesmente invadem meu ser, sem aviso, intimidade a me reter...
O nada, parece não ser um vazio, na verdade nunca é, sempre existe um passado que fala ao presente, ou grita, para fazer despertar a alma inda cativa, nas velhas páginas, folhas amareladas que o vento levou, lembranças...
O silêncio vira melodia diante do som que se alcança ao longe, audível esperança, que vem e abraça, oferecendo uma contra dança, uma nova oportunidade, um novo tempo, sinuosamente fala ao ouvido, mostra as amostras das tintas, oferece perspectivas, anima a olhar outra vez para o pôr do sol, luz do amanhecer...
Paira no ar um misto de tristeza e contentamento, misturado ao aroma das flores ao vento, maravilhoso é o olhar que sonda a alma, há um espírito além do corpo, há uma vida que respira, há um querer que não se acaba, há um ribeiro de águas a brotar do amor pela vida, que insiste em reinventar, recriar, reiniciar, restaurar as mobílias entregues ao anoitecer...
O vento insiste em dar voltas e mais voltas por todo meu corpo e faz as folhas escritas e rabiscadas flutuarem e voarem, se vão além do chão, hipnótico momento. Há um mover determinado pela natureza, me deixo levar pelas ondas que persistem, afinal, é como um bálsamo, aroma que impregna, paz que ilumina, nem sei pra que, nem o porquê, só sei o que sinto, ou penso que sinto, não minto, apenas deixo acontecer...
A noite não é mais um peso, agora é um refrigério, o dia não é mais apenas mais um dia, agora é um novo dia... a ser bem elaborado, a ser bem torneado, a ser bem tratado, a ser bem trabalhado, a ser um reconhecido bem a ser vivido!
Somos o que somos, interrogações, exclamações, vírgulas, pontos... importa não as respostas, mas sim a determinação em deixar ser renovado pelo natural que há no interior, brotar da singeleza do tempo que faz a transformação, lapidação, restauração... de todos os textos e contextos perdidos em nós!
No anelo de todo o conteúdo fora de mim, me reencontro, não por força, nem por medo, apenas por aceitar as mudanças, levo os valores das transformações, que lapidam e naturalmente a restauração que se faz PRESENTE!
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