A companhia anuída do ser
Difícil na dor manter a esperança.
Na verdade, dela nos desfazemos.
Jogamos fora e ficamos no vazio.
Com sentimentos confusos e desordenados.
Nesse tempo vem de tudo.
Estranhamento ao acordar. Ausência de apetite no almoçar.
De tarde um leve pesar. Na noite, solidão e palpitar.
Se com sorte, no dormir, salutamos o descansar.
Ora, o recomeçar. Os dias passam. O tempo se acomoda.
A dor, se não visita, pelo menos torna-se uma caixa empoeirada.
Aquela que deixamos no sótão ou porão.
Com o tempo e caindo em si. O ponto de virada da trama.
Leve alegria ao acordar. Mais animado pra almoçar
A tarde também dá pra aproveitar. A noite não demora mais a passar.
A emoções a se dosar. Parece que dá pra voltar a acreditar.
É, ela vai e vem. Agora assentida. Esperança.