A companhia anuída do ser

Difícil na dor manter a esperança.

Na verdade, dela nos desfazemos.

Jogamos fora e ficamos no vazio.

Com sentimentos confusos e desordenados.

Nesse tempo vem de tudo.

Estranhamento ao acordar. Ausência de apetite no almoçar.

De tarde um leve pesar. Na noite, solidão e palpitar.

Se com sorte, no dormir, salutamos o descansar.

Ora, o recomeçar. Os dias passam. O tempo se acomoda.

A dor, se não visita, pelo menos torna-se uma caixa empoeirada.

Aquela que deixamos no sótão ou porão.

Com o tempo e caindo em si. O ponto de virada da trama.

Leve alegria ao acordar. Mais animado pra almoçar

A tarde também dá pra aproveitar. A noite não demora mais a passar.

A emoções a se dosar. Parece que dá pra voltar a acreditar.

É, ela vai e vem. Agora assentida. Esperança.

Edu Magalhaes
Enviado por Edu Magalhaes em 03/12/2021
Reeditado em 25/11/2022
Código do texto: T7399417
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