CARÊNCIA
A carência
deixa pedaços
de coisa suja,
sem nome,
sem rumo...
dá nojo
a falta da esquina,
da buzina azul,
do compromisso,
do cinema,
da praia,
da perspectiva...
hoje eu quis beijar,
não a boca,
mas o caminhar,
o seguir,
a vida...
dá raiva,
não dos fogos,
mas da mortalidade dos sonhos.