Alento

Fale-me através dos silêncios que surgem em meio ao disparate que entorpecem os momentos

Momentos únicos, curtos silêncios.

Nos silêncios que gritam lamentos, anseiam refrigério para vida que busca a razão do próprio ser

Grita nos silêncios que cabem em todos os cantos, silêncios do eu, que cala pela demasia de tantas palavras

Sinto, calo querendo falar, o grito sentido de tudo almeja a alma, marcas, feridas

Nuances de uma longa jornada.

Por vezes paro no meio do caminho, respiro, suspiro rumo ao norte estanco o corpo ferido, que sangra, corpo que pulsa, anela um novo caminho, sem desatinos, nem flores secas do passado, que já não exalam perfume.

Grito!

Grita em meu caminho, uma nova história, ao redor de uma fogueira, o cheiro doce de madeira que queima, o calor que nos aquece, um toque ao fundo, uma canção escrita, declamada, erudita que profere uma nova jornada.

Sem enigmas

Sem máscaras

Transparências

Sem sombras, sem lágrimas, sem silêncios...

Ecoa o grito que torna, treme e traz vida

Grito sentido sem que palavras sejam ditas.