Fome das letras

Confesso:

Sou um moribundo!

A toda hora me vem fome!

Parece que nasci com fome.

 

Farinha com feijão

sempre foi meu mata fome.

Podia ser também farinha com café.

Da mãe vinha tamanha fé

que me fazia estar num banquete.

 

A fome nunca parecia ser saciada.

Nunca entendi dessa coisa

que mói o estômago.

Quem nunca sentiu fome

Jamais entenderá o que sente um faminto.

 

Mas hoje o que sinto?

Lutei tanto para saciar o estômago.

Em vão!

 

A fome de comida vai além do estômago moído,

da carne dividida em muitas partes

pois havia mais famintos naquele casebre.

 

Hoje estou morrendo de fome,

O que fica moído?

É o estômago mental.

Sinto fome das letras.

Luto para me saciar.

Até quando?

A salvação das letras

vai ultrapassar meus dias.

 

Somente elas serão imortais.

Que eu viva em sua companhia

e assim possa me alimentar a cada dia

nesse recanto imortal.

 

Edebrande Cavalieri
Enviado por Edebrande Cavalieri em 29/11/2021
Reeditado em 07/12/2021
Código do texto: T7396310
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