O AQUI E O AGORA

Todos os dias vamos nos reinventando, nos redescobrindo, partindo e seguindo, deixando pessoas para trás, deixando um pouco de nós em cada uma delas e levando um pouco delas em nós, e não importando as circunstâncias, isso é maravilhoso, é imensurável, é impagável.

Vamos também conhecendo novas pessoas, descobrindo sobre estas novas pessoas e descobrindo algo novo sobre nós.

Todos os dias aprendemos um pouquinho mais de tudo, inclusive de nós, e o autoconhecimento é o maior presente que podemos nos dar.

É maravilhoso nos aceitar com nossas imperfeições, nossos erros, falhas, manias e chatices.

Conhecer a nós mesmos e nos aceitar sem retóricas, não é algo fácil, mas é LIBERTADOR.

E aprendemos a respeitar o nosso próprio tempo, não exigir mais nada de nós, muito menos permitir que quem quer que seja o faça.

Da mesma forma não cobramos mais nada de ninguém, porque tudo que é bom flui naturalmente.

Com o tempo a gente entende que não precisa se desdobrar para agradar ninguém, pois conscientes de que estamos dando o melhor que podemos dar em tudo que fazemos, e deixando o melhor que conseguimos por onde passamos é só o que nos basta.

E quando mesmo assim algumas pessoas não conseguem ver nada disso pelo simples fato de os olhos delas estarem centralizados apenas no próprio umbigo, aprendemos a seguir com toda calma e serenidade na alma, com o sorriso leve e consciente sabendo que quem nos ama de verdade nos aceita com nossas humanas imperfeições.

E entendemos também que antes de ajudar alguém, precisamos primeiro nos conhecer e nos ajudar, extinguir os fantasmas que nos assombram para que eles não se reflitam em nossas ações a ponto de causar danos em outras pessoas.

A gente se permite dizer NÃO sem culpa, e sabemos que carregar magoas só fará mal a nós mesmos, sabemos que devemos perdoar de coração aberto e praticamos o perdão diariamente.

É quando enfim percebemos, que quando perdoamos alguém de verdade é porque primeiro já conseguimos perdoar a nós mesmos.

A gente sabe que a cada novo dia temos uma batalha interior, de tornarmo-nos seres humanos melhores, mais resilientes, mais solidários, mais altruístas, aprendemos a não perder a compostura, manter a elegância, entretanto também sabemos que isso não significa nos omitir, ou nos calar quando tentarem nos ofender, nos agredir ou nos fazer de "tapete".

E aprendemos a ser o mais discretos que conseguimos, em meio tantas atividades que desenvolvemos e em meio a tantos meios que a tecnologia moderna e as redes sociais nos oferecem.

Aprendemos a manter nossa vida pessoal de fato no (campo pessoal), pois sabendo o valor do silêncio passamos a valorizar muito mais a discrição, e até os nossos planos passamos a contar em silêncio e oração, de joelhos somente para Deus e para mais ninguém.

Aceitamos enfim nossas fraquezas e de joelhos no silêncio da solidão aprendemos a chorar nossas dores tão humanamente comuns para Deus, pois sabemos que a resposta sempre vem, isso porque já aprendemos a interpretar todos os sinais que ELE sempre nos dá.

E sabendo o valor imensurável do silêncio, aprendemos também que não vale a pena responder ataques, do tipo piadinhas ou provocações de ninguém, esse tipo de atitude respondemos apenas com o silêncio, pois sabemos que cada um só oferece aquilo que tem,

tudo aquilo que semeamos em algum momento de nossas vidas iremos colher e que

o universo sempre responde a todas a atitudes de todas as pessoas.

E sabendo também especialmente que só atraímos aquilo que somos, que todas as energias que soltamos no universo sejam em ações, palavras, pensamentos ou desejos retornam para nós aprendemos a não revidar mais atitudes mesquinhas, egocêntricas ou de ódio gratuito, apenas entregamos para Deus e deixamos que ele dê a resposta justa.

É quando aprendemos a espalhar o nosso amor mesmo em meio de um "campo de guerra" quando nos atirarem rajadas de ódio.

E a gente faz uma lista, uma lista de grandes amigos, e descobrimos que grandes amigos são na verdade em sua maioria aqueles que quase não vemos, mas certamente sentimos a sua torcida e o seu amor a cada conquista nossa não importando a distância.

E esses amigos contamos nos dedos da mão como contávamos quando éramos crianças, e às vezes nos dedos de uma única mão.

Demora, mas a gente finalmente aprende a reconhecer pessoas tóxicas, falsas e interesseiras logo de cara, aprendemos especialmente que não temos nenhuma obrigação

de conviver com elas e nos afastamos sem nenhum remorso, não por mágoa ou coisas do tipo, mas porque entendemos que não somos obrigados a permanecer perto de pessoas que são capazes de sugar nossas boas energias até o ponto de nos destruir por completo.

E a gente aprende a desfilar pela passarela da vida com elegância, paciência, sorrindo e olhando para a plateia com muita calma, serenidade e sem julgamentos mesmo que alguns que estejam lá nos atire tomates podres.

É quando entendemos que cada ponto de vista tem uma história, uma raiz e não estamos aqui para julgar ninguém, viver nossos dias em paz é a nossa única querência.

A gente passa a ver as coisas com os olhos de quem de fato atingiu a maturidade e a inteligência intrapessoal, só queremos ser a melhor versão de nós mesmos, só queremos sorrir como crianças.

A gente acaba com as expectativas e aprende a viver de fato um dia de cada vez, deixando o ontem no lugar dele e não fazendo mais suposições sobre o amanhã.

A gente percebe e entende o poder da gratidão.

É quando aprendemos que devemos ser sempre gratos e gratos por tudo, tudo mesmo!

Aprende a sorrir com o sol, com as estrelas, e por que não com o vento!?

E passamos a apreciar até aquele doloroso sol de meio dia que nos queima a ponto de doer e marcar nossa pele.

A gente aprende que para ser feliz de verdade é preciso pouco, pouco mesmo.

E aprende que nossa felicidade está em nós e ela não depende de mais ninguém, nós somos os responsáveis por ela, somente nós, o resto ou quem chega é acréscimo para o que já está preenchido e não apenas um complemento.

Um dia a ficha cai e a gente de fato percebe que a vida é apenas um sopro e que nem tudo e nem todos os lugares serão sempre belos, e quando não for, precisamos lembrar que a maior beleza deve nascer de dentro de nós.

E a gente simplesmente aprende a olhar para o céu e para o horizonte não com os olhos, mas com a alma de gratidão pelo simples fato de estar vivo, de estar experimentando, tendo a oportunidade de estar vivendo mais um dia e sentindo de verdade o AQUI e o AGORA.

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por: Claudia Roberta Sousa

texto registrado na Biblioteca Nacional

Claudia Roberta Sousa da Conceição
Enviado por Claudia Roberta Sousa da Conceição em 29/11/2021
Reeditado em 30/11/2021
Código do texto: T7396173
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