(DAS) HUMANIDADES

 

 

Maria de Fatima Delfina de Moraes

 

 

A pandemia me fez rever conceitos e valores. Mostrou a importância do hoje, do agora.

 

Passado se fosse bom era “presente”. E futuro, é um tempo longe demais que talvez nem chegue...

 

Costumo dizer que sou um ser que veio do futuro; às vezes me sinto como pássaro fora do ninho.

Alguns arriscam a dizer que me tornei excêntrica!

- Será? Eu diria que me tornei prática.

 

Ainda me surpreendo com a insensatez humana.

A facilidade com que as pessoas avaliam a sua vida mesmo conhecendo você um pouco mais; e pode ser ainda mais absurdo e cruel quando falam aquelas que nem te conhecem na intimidade...

 

Com o tempo, algumas dessas fui aprendendo a ignorar, me afastar, até chegar ao ponto de desistir de algumas pelo caminho.

 

Lema difícil de aprender: “se não fizer bem, afaste-se”.

Digo difícil porque por algumas pessoas você pode nutrir um carinho especial, mas elas nem percebem isso. Estão voltadas demais para o próprio umbigo.

 

A pandemia trouxe a depressão.

Voltar à terapia renovou meu interior. Poder expor tudo o que penso, me fez crescer.

 

Há quem não acredite, mas um grande desgosto me fez adquirir uma doença autoimune.

E foi então, que aprendi a dizer NÃO.

Não quero, não posso, não vou, não gosto...

 

A verdade é que se não acrescenta, não agrega valores, não vale a pena ter, estar, insistir...

 

Estar sozinho pode ser muito mais saudável para você.

 

Alguns arriscam a perguntar: o que tem de tão bom em sua casa que você prefere estar lá sozinha a estar aqui na bagunça?

- PAZ!

 

Minha casa é um lar.

Decorada como gosto com minha própria arte.

Quem chega fica surpreso.

No lugar de quadros, pôsteres com imagens e frases escolhidas por mim.

Não tem sofás, camas de armar ou colchonetes.

Não tem televisão!!!!

- Novelas e tristezas bastam a vida diária...

 

Tem som, violão e bate-papo olho no olho.

 

A única televisão está no meu quarto para que eu aprecie música clásica, teatro e balé na TV Cultura.

E a TV Cultura tem um jornal excelente com notícias que verdadeiramente interessam a vida do cidadão sempre com dois comentaristas convidados.

 

- Minha casa é meu santuário.

 

Eu brinco com alguns amigos:

Tem aconchego, sorriso franco, tem vinho, água com gás, tem colo, tem carinho, mas para mergulhar e desfrutar do meu ninho você tem que saber viver...

 

 

 

Maria de Fatima Delfina de Moraes
Enviado por Maria de Fatima Delfina de Moraes em 28/11/2021
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