Um quê de sabedoria (ou, saber ouvir o velho)
Um dia
Um homem
Velho e sábio disse
Amigo
Não se desespere
A vida
Esse mar agitado
Cheio de ondas e ocultos segredos
Vai voltar a brilhar
Não se desespere
Espere
E veja
Como quem vê pela primeira vez
O brilho do sol
E o apito do trem que chega
É manhã
Novo dia
Novos tempos
Quem disse que tudo sabia
Era um exagerado
Um megalomano incurável!
Por que?
Talvez
Incrédulo, me perguntaria.
Porque, eu responderia
Não nada mais infinito
Que o conhecimento.
Ora, sei, disse
Como quem já viveu muito e sofreu pouco
Nada se esgota mais rapidamente que a soberba incrustada que todo arrogante tem.
O arrogante é como um barco a deriva
Lembra dele, disse o velho sorridente,
O arrogante, soberbo que é
Não vê o Ice Berg