A luta pelo luto
Uma sensação de luto –
Entorpece os meus sentidos.
Causa uma sensação de mal estar,
Mostra-se em meus olhos.
A sociedade em contraste,
Com o que almejo –
Com o que tanto ansiamos.
A paz –
A serenidade –
Para melhor viver,
Coagidas pela violência –
Gerando o pânico,
Discrepância surreal.
O Estado promovendo o caos,
Diante dos fatos distorcidos.
Nas entrelinhas as mentiras,
Lendo em suas atitudes.
Pelas circunstâncias envolvidos,
Derramando o sangue de inocentes.
Perante ao olhar da humanidade,
Incrédulos e descrentes.
Escorrendo pela sarjeta,
Sem o menor resquício de justiça.
Os tolos acreditam no falso moralismo,
Em suas calúnias veladas.
A democracia, ou quem sabe, a hipocrisia?
Usada de comum acordo,
Quando algo irrisório lhes convém.
Sinto-me pesada –
De mãos atadas –
Com pés amarrados –
Em um lugar irreal.
Presa –
Sem saber para onde ir,
Ou se devo permanecer.
É tudo tão inconstante,
Sem alguma relevância.
Estado Democrático por direito,
A Fé Pública em ressignificação.
Dos menos favorecidos financeiramente,
Qual é a sua contribuição?
Da luta –
Na labuta diária –
Da resistência –
Por um país mais significativo,
E mais igualitário.
Por deixar de ser apenas um cativo,
Em uma batalha cada vez arbitrária.
Na conduta descabida e desleal,
Pela ganância do poder.
Vale todas as cartas marcadas,
Para um império obter.
Comprando o desvio de conduta da maioria,
As custas dos menos desvalidos -
No subjugar a cor da pele de inocentes.
É vil e sem nenhum pudor,
Do ato do caráter falho -
De uma sociedade hipócrita e histérica.
Não basta aniquilar – “Escravizar” –
À todos submete a humilhação,
Servindo como exemplo –
O boi de piranhas,
Para a sua falsa redenção.
O Estado em si,
Não é diferente dos demais.
Com os seus engravatados e uniformizados,
Na espreita como capataz.
As senzalas –
Não são mais os porões da casa grande,
Ou cubículos improvisados.
Basta um olhar atento, despretensioso,
Para as favelas espalhadas pelas cidades.
Os invisíveis grilhões –
Nunca deixaram de existir.
Em pleno século XXI,
As mesmas práticas –
A guerra pela resistência,
Não nos calaremos!
Os dias passam –
As noites passarão.
A cada nova batalha,
O desejo por um novo mundo –
Em nossa alma continuará,
Em memória –
Daqueles que partiram.
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