Lavrinhas...
escondida entre os morros, circunda o Rio Paraíba do Sul. O horizonte se esconde, não se mostra, se encosta entre as sisudas montanhas. O Sol nasce alto, sorri depois do meio da manhã, reflete a calma nas águas mornas, tristes e silenciosas do velho rio.
A Lua não se compadece da noite escura, nasce nas alturas. Quando o seu sorriso aparece...tons cinzas já tomaram conta da poesia. Nos últimos meses do ano a chuvarada banha o cenário...venta, chove, temperatura sobe, desce, não se importa com a luminosidade da Lua.
A passarada acorda muito cedo...a sinfonia se anuncia aos passantes, aos nascituros, aos velhos e aos trabalhadores. A cidade é musicada pelos sons dos voejantes.
A única rua começa na ponte de ferro que recebe os trens da MRSLogística, antiga Dom Pedro II, soberana no ciclo do café. Segue o rio...chega à ponte branca, construída no pós-Revolução Constitucionalista, passa pela Fonte Mirífica, onde dizia a lenda que a água era nascida no interior da enorme pedra. Calada...a sinuosa rua faz a volta... segue as margens fluviais e chega novamente à ponte de ferro.
Lavrinhas é uma ilha invertida. A cidade ilhou o Rio.
Para a caminhada, basta seguir a toada...começa no início da rua, gira e chega ao mesmo lugar!
A pequena cidade, testemunha das batalhas da Revolução de 1932...guarda os segredos das trincheiras construídas pelos soldados no morro em frente à Prefeitura Municipal, antiga Estação do Trem.
Os misteriosos segredos encravados nas gigantescas pedras das montanhas trancam as histórias, sem permissão à memória, em algum lugar do firmamento.