Sensatez

Na busca por se encontrar, muitas vezes perde-se.

Não alguma coisa, mas a nós mesmos.

E em cada tentativa de se encontrar em meios aos meios criados por nós onde nos perdemos, por vezes nos afastamos cada vez mais da forma certa de nos encontrar.

A vida é uma incógnita, e como tal deve ser aceita e ser minuciosamente observada em cada ato para que se caso nos distanciarmos de nós mesmos, de nossas metas, anseios e realizações, seja o menos possível, porque evitar perdas é impossível, e a verdade é que todos se perderão por um momento na vida.

Mas há entre os que se perdem nesta jornada os que encontram o caminho de volta com mais facilidade, e o fazem seguindo os próprios passos deixados.

Há também os que sequer deixam marcas a lhes indicar o caminho de volta, é como se pela vida passassem apenas, sem vivênciá-la em plenitude, porque a passa cuidando de si mesmo, sem se preocupar com os que encontra pelo caminho e ou caminham ao seu lado tentando serem visto ou aceitos.

A esses, quando percebem o distanciamento que impôs a si mesmo, muitas vezes se desesperam por acharem não mais conseguir voltar, mas sempre há alguém à espreita, só é preciso dele se aproximar.

Há também os que até deixam marcas pelos caminhos, mas marcas que não lhes incentivam ao retorno e que na verdade os afasta cada vez mais por serem marcas vividas de dores, sofrimento, angústias e solidão, e aí preferem seguir em frente mesmo sem saber o que encontrará, mas seguem buscando outras alternativas, outras possibilidades, e pasmem, esses são os que mais rapidamente se encontraram, porque não dependem do futuro e nem de reparar erros, mas sim de aceitar o futuro. E recomeçam, e gostam do que encontram.

Mas é assim mesmo!

Cada um tem de viver a vida como gosta.

Ninguém tem de fazer nada contra vontade para agradar ninguém.

Se gosta come, faz, visita, vai, beija, abraça, fala , sorri ou chora junto e ou enxuga as lágrimas.

Se não gosta ignora, finge que não viu, justifica com o argumento da pressa, diz que não tem tempo, que não gosta, que não quer, que não vai, ou simplesmente da tchau.

Enfim.....

Assim deve ser, fazer o que nos dá prazer, pois da vida nada se leva, a não ser o bem feito aos outros e a nós mesmos, e se para o nosso bem faz bem revidar, ignorar, não se importar, fingir, mentir, que mal há?

Só que, há de se cuidar para ao extremo não chegar e só perceber os excessos quando não mais der para voltar ou perceber que se perdeu e nem o caminho marcou para retornar.

Mas como marcar o caminho?

Não precisa plantar flores por onde passar, ou fazer riscos, espalhar pedriscos ou qualquer outro meio que sirva a lhe orientar.

É só se deixar caminhar com leveza e segurança de que se está fazendo o melhor a si e aos outros, porque há uma tênue linha entre o que somos, o que nos mostramos e o que que devemos ser, e embora seja essa linha invisível, ela nos liga ao bem ou ao mal existente no universo, que é fruto de emanações mentais do todo que nele habita, e é essa linha que servirá para nos conduzir sempre a frente, para encontrarmos na curva da vida o que nos conduzirá ao mesmo local da partida, porque a cada passo dado, sempre caminhamos para dentro de nós mesmos, mais evoluídos, fortes, lúcidos e capazes de assumir o que somos, mesmo que seja para novamente errar.

A vida é assim , muitas vezes não temos tempo, e andamos com pressa demais, sem tempo para olhar para trás e ver se alguém que nos acompanhava se distanciou demais ao ponto de chegar a um lugar ou estado que não o vemos mais, pois a vida passa depressa, e ao distanciarmos em demasia do outro, nos distanciamos de nós mesmo, pois nos mergulhamos em uma solidão íntima, e muitas vezes por conta da pressa da vida, perdemos a chance de sorrir ou ver o sorriso do outro aos nos encontrar, ao nos abraçar e até a saudade matar.

E todo dia em que deixamos de viver em função de dar um pouco de alegria a quem ao nosso lado caminha nesta existência, nos afastamos de nós também, pois todos os que na vida passam sem deixar uma marca que determine o quanto agiu em favor do outro, sem questionar se merecedor ou não ele era , irá um dia se perguntar.

Onde foi que errei, onde me perdi, como me reencontrar?

E a resposta estará dentro de quem a faz, só que perdida em sentimentos e emoções que deveriam ter sido balanceadas pela sensatez.

Amarga eu?

Que nada apenas um pouco mais apimentada, e um pouquinho de pimenta tempera a vida, e com isso dá mais prazer em viver.

Poetisa do tempo poetizando
Enviado por Poetisa do tempo poetizando em 11/11/2021
Código do texto: T7383177
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