CACTO

Sou um cacto espinhoso

Um ser pavoroso

Se bater de frente

Sairá machucada.

Feição insolente

E nada atraente

Eu sou desprezado

Jogado no canto

Deixado pra trás.

Se você soubesse

Que dentro do cacto

Tem um coração

Permeado de água

E do dia pra noite

Uma flor nele brota

É o fim da derrota

É o cheiro, é beleza

Se souber me cuidar

E curar meus espinhos

Serei tão bonzinho

Sem te machucar.

JOEL MARINHO