Zumbis a vagar

Uma urgência nos cerca:

A correria do dia a dia.

Somos tomados pela euforia,

Consumindo mais e mais –

Tornando o essencial descartável.

Não dando a devida atenção para o simples,

Os sentidos congelados –

Uma pedra de gelo –

No lugar do coração.

Se continuarmos assim –

Onde iremos parar?

Vidas dilaceradas –

Almas sem ânimo.

Tudo monótono –

Mecânico,

E seus desânimos.

Tudo cheira à putrefação,

Mórbido estado de vegetação.

Dissociando a linha tênue –

Vital.

O compasso –

Os batimentos cardíacos –

Nenhum brilho,

Ou resquício de sensibilidade.

O que perece –

É a felicidade.

E continuamos –

Desconstruindo a realidade.

Engrenagens enferrujadas,

Sem alguma serventia –

Ímpeto de gratidão.

Não parecemos seres humanos,

E sim, zumbis a vagar, escuridão.

***

Blog Poesia translúcida

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Fabby (ana) Lima
Enviado por Fabby (ana) Lima em 05/11/2021
Código do texto: T7379048
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