Zumbis a vagar
Uma urgência nos cerca:
A correria do dia a dia.
Somos tomados pela euforia,
Consumindo mais e mais –
Tornando o essencial descartável.
Não dando a devida atenção para o simples,
Os sentidos congelados –
Uma pedra de gelo –
No lugar do coração.
Se continuarmos assim –
Onde iremos parar?
Vidas dilaceradas –
Almas sem ânimo.
Tudo monótono –
Mecânico,
E seus desânimos.
Tudo cheira à putrefação,
Mórbido estado de vegetação.
Dissociando a linha tênue –
Vital.
O compasso –
Os batimentos cardíacos –
Nenhum brilho,
Ou resquício de sensibilidade.
O que perece –
É a felicidade.
E continuamos –
Desconstruindo a realidade.
Engrenagens enferrujadas,
Sem alguma serventia –
Ímpeto de gratidão.
Não parecemos seres humanos,
E sim, zumbis a vagar, escuridão.
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