Segunda voz
E quando das brechas da noite saltam estrelas e na palma de minhas mãos as colho para acariciar cintilações, é tão somente para lembrar como faço com o brilho do teu olhar quando te afago por inteira.
E então quando o luar me dá canções ponteadas em saudades na brancura de suas inspirações, é mesmo para que eu fique em silêncio, assim como sempre fico quando teus beijos colam-me os lábios e calam-me a língua.
E de sensações intensas, desnuda-me em prazeres; e então despetalo desejos na tua pele espalhando teus perfumes pelo meu corpo.
E então quando de sonhos penduro a rede na varanda de meus sentimentos, deito de conchinha contigo no aconchego de nossa realidade. E nas ternuras do teu coração palpitando canções lindas, sou segunda voz nas emoções que sinto contigo. E de levezas as pálpebras e os cílios se curvam na frente da íris e das retinas para um momento de serenidade.
E de lonjuras se faz a solidão, espiando invejosa, nossa união.
E lá fora a noite singra em calmarias pelos veios escuros de seu mar de imensidão e mistério...