Dois tempos
Dois tempos
Gota a gota –
Contando as horas.
Os segundos –
Os meses –
Os anos –
Para que tudo se esvaia.
Ou descubra um motivo,
Alguma razão para está aqui.
Sou apenas mais uma –
Em meio a multidão de nada.
Apenas para encher o planeta,
E roubar o oxigênio de alguém.
Não trabalho –
Não contribuo com nada.
Salário mínimo –
Nem o resquício recebo.
Fico aqui vegetando...
Entre papéis e canetas –
Em meu arremedo de pensamentos.
No que acredito –
Ninguém põe fé.
Sou tachada:
De louca –
De ignorante.
Em minha informa crença.
E quando chegar o momento,
Viverei a apoteose,
Na verdadeira casa.
***
Às vezes, ou quase sempre,
Tenho a sensação de não pertencer a este lugar.
Não é simplesmente algo pequeno,
Há uma questão maior.
Como uma força se apoderasse de meus pensamentos e dominasse o raciocínio –
Expandindo-me –
Abrindo os meus olhos para uma nova percepção.
Infelizmente, a maioria do meu convívio,
Não pensa de igual maneira.
O diferente é sempre mal visto e interpretado.
Cada indivíduo acredita naquilo que lhe convém, tirando proveito para si –
Consequentemente, não pensando no próximo.
Para alguns –
Vivo em uma dimensão paralela.
A qual desejo muito mais –
Daquilo que posso alcançar.
Talvez isso tudo seja apenas um sonho,
De quem deseja viver com o que é simples.
Mas é cobrado por este sistema capitalista –
Que nos cerca.
***
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