COROLÁRIO INTROSPECTIVO
Corolário introspectivo
Janaína Bellé
Neófitos pensamentos invadem,
desde um corriqueiro anoitecer,
rompendo o silêncio noturno
e divagando até o alvorecer.
O colóquio interno do lirismo,
aparentemente frágil, desperta,
contudo, a nume tutelar se sobrepõe em alerta,
sucumbindo quaisquer resquício de manifestação.
A ânsia por amplexos que outrora foram ausentes
preenche o meu eu lírico profícuo e imprevisível.
Mesmo sendo afável e ultrarromântico,
há o desejo ardente do ser introspectivo
que fervilha semelhante à um vulcão indomável
em descartar hipóteses de alguma racionalidade
e transbordar vulnerabilidades humanas.
Diante dos narcisistas padrões impostos
e da inexistência da permissividade
da expressão das demandas alheias
de onde verte o existencialismo,
logo concreta-se a atividade vulcânica novamente
tornando quase que inanimado o viver.
Os visíveis critérios convenientes a cerca da crença
de que só dá aquele que anteriormente fora receptor
traduz-se em incoerências neste cenário.
E todo esse eco universal importa ao insólito ser
embora refletindo arbitrariedades e veracidades doloridas.
Dessa forma, ampliam-se as percepções subjetivas em que
a falibilidade humana aspira frustradamente
por uma inexplicável busca da sensação de completude
que evoca memórias e sentimentalidades
presentes num tempo atemporal.
Porém, ao meu ver, é a expansão perspectiva
que transpõe rótulos e ultrapassa fronteiras.
O interno e o externo dançam num mesmo ritmo
ainda com a mesma força primitiva da reprodução.
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@janaina.belle