COROLÁRIO INTROSPECTIVO

Corolário introspectivo

Janaína Bellé

Neófitos pensamentos invadem,

desde um corriqueiro anoitecer,

rompendo o silêncio noturno

e divagando até o alvorecer.

O colóquio interno do lirismo,

aparentemente frágil, desperta,

contudo, a nume tutelar se sobrepõe em alerta,

sucumbindo quaisquer resquício de manifestação.

A ânsia por amplexos que outrora foram ausentes

preenche o meu eu lírico profícuo e imprevisível.

Mesmo sendo afável e ultrarromântico,

há o desejo ardente do ser introspectivo

que fervilha semelhante à um vulcão indomável

em descartar hipóteses de alguma racionalidade

e transbordar vulnerabilidades humanas.

Diante dos narcisistas padrões impostos

e da inexistência da permissividade

da expressão das demandas alheias

de onde verte o existencialismo,

logo concreta-se a atividade vulcânica novamente

tornando quase que inanimado o viver.

Os visíveis critérios convenientes a cerca da crença

de que só dá aquele que anteriormente fora receptor

traduz-se em incoerências neste cenário.

E todo esse eco universal importa ao insólito ser

embora refletindo arbitrariedades e veracidades doloridas.

Dessa forma, ampliam-se as percepções subjetivas em que

a falibilidade humana aspira frustradamente

por uma inexplicável busca da sensação de completude

que evoca memórias e sentimentalidades

presentes num tempo atemporal.

Porém, ao meu ver, é a expansão perspectiva

que transpõe rótulos e ultrapassa fronteiras.

O interno e o externo dançam num mesmo ritmo

ainda com a mesma força primitiva da reprodução.

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@janaina.belle

Palavras Líquidas
Enviado por Palavras Líquidas em 02/11/2021
Reeditado em 09/10/2023
Código do texto: T7377262
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