Quando se trata de amor
Não sei ao certo se foi em um dia, ou se foram em todos os dias, não sei sequer dizer se foi, ou se sempre... Eu não sei, é uma daquelas coisas que vão “sendo” e nos recolocam e nos reconectam com a vida, proporcionando não mais um sentido, não mais uma razão ou um motivo..., simplesmente nos fazem fazer parte novamente.
E nos devolvem a capacidade de enxergar no mundo o próprio mundo, muito além do meu mundo, seja num dócil sorriso, num simples perfume, de um cheiro, de um rosto, um corpo, um toque, um beijo, um gozo...
São estruturas emocionais com as quais não me havia encontrado ainda, me ver, dentro da vida de uma outra pessoa, sendo, e não sendo a vida de uma pessoa, me permitindo e permitindo a entrega de toda uma intimidade, que vai muito além da cama– Ah, como são infelizes os que não sabem o que é intimidade de alma... lá onde não existem mais muros de contenção, reservando coisas para nosso próprio martírio, lá onde a confidencialidade e a cumplicidade não julgadora moram e se harmonizam e fazem que os momentos de prazer e gozo partam agora do coração.
É só isso, os poetas não são muito bons em definições, quando se trata de amor.