A quem interessar
Trabalho –
O meu é árduo e invisível.
Contemplando o papel em branco,
Desenhando letra por letra –
Traduzindo os sentimentos.
Os outros não enxergam a labuta,
E eu fico assim –
Pela linha tênue da realidade,
Entre a imaginação e a crueldade.
Sem colher os frutos,
Saboreio a autenticidade.
Como passatempo tenho as rimas,
E nenhum vintém de reis furado.
Aos olhares alheios,
Respiro a míngua –
Como se fosse necessário a aprovação.
Recebendo migalhas diárias de entes,
Nenhum pouco de atenção.
O básico para continuar a ficar de pé,
Mas a dignidade cai ao chão.
Alimento-me de sonhos...
Sacio-me com a esperança –
De que dias melhores virão.
Suportando a sina,
Com o contentamento –
De saber que pela poesia fui acolhida.
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Blog Poesia translúcida
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