A quem interessar

Trabalho –

O meu é árduo e invisível.

Contemplando o papel em branco,

Desenhando letra por letra –

Traduzindo os sentimentos.

Os outros não enxergam a labuta,

E eu fico assim –

Pela linha tênue da realidade,

Entre a imaginação e a crueldade.

Sem colher os frutos,

Saboreio a autenticidade.

Como passatempo tenho as rimas,

E nenhum vintém de reis furado.

Aos olhares alheios,

Respiro a míngua –

Como se fosse necessário a aprovação.

Recebendo migalhas diárias de entes,

Nenhum pouco de atenção.

O básico para continuar a ficar de pé,

Mas a dignidade cai ao chão.

Alimento-me de sonhos...

Sacio-me com a esperança –

De que dias melhores virão.

Suportando a sina,

Com o contentamento –

De saber que pela poesia fui acolhida.

***

Blog Poesia translúcida

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Fabby (ana) Lima
Enviado por Fabby (ana) Lima em 28/10/2021
Código do texto: T7373316
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