PICOTANDO A PASSAGEM DO TEMPO
- 14/11/07 -
Numa gare sideral.
Uma linda alienígena, portanto uma mutante de raro fascínio, sem querer, me fez de súbito embarcar na gare encantada do amor.
Agora sem mais forças para reagir, estou docemente acoplado em sua nave linda, o seu coração, e assim, estamos a percorrer espaços nunca navegados em dimensões indizíveis.
Tudo o que está ocorrendo é enlevado por uma sensação estranhamente inefável, isso porque, a nossa frente se descortina um portal promissor de sonhos que estão presos no futuro.
Estamos viajando pelo tempo e, no espaço entre um beijo e outro, nós picotamos nas obrigatórias estações dos verdes carinhos, aqueles sonhos que já começam a se desprender desse tal futuro.
Ela é divina e misteriosa, pois sem querer, ela deixou no banco do meu carro vestígios compostos de brilhos de nebulosa, que agora, tremeluzem e enfeitam as minhas lembranças cheias de saudades.
Seus olhos são verdes e lindos, transbordando éter sideral e, quando ela me magnetiza, provoca-nos um tele-transporte fazendo-nos navegar entre as bolhas dimensionais de amor que estavam presas em nossos inconscientes.
E lá na infinita e imperdível pradaria das estrelas, bailamos sincronizados e melifluamente com o ritmo elegante das galáxias.
É uma verdadeira e nova odisséia no espaço, quando a sinfonia sideral nos transporta cada vez mais para o mais fundo do infinito.
E, nessa singularidade de anjos, nos amamos convencidos totalmente que somos eventos quânticos novos, num entrelaçamento incoercível patrocinado pelo inescrutável magnetismo de nossas almas.
Navegando no espaço e no tempo, eu a divisei também navegando a bombordo de uma nave cor de prata, onde eu li a seguinte inscrição: “PP-Deusa 301”.
Verdadeiramente ela é uma deusa, mas eu não sei de que sistema veio, e esse é um problema que não estou mais levando em conta, porque na verdade, amar agora é o nosso grande e único sonho.