Você riu, mas não foi nada engraçado
As dores que eu sinto em minha carne
Como se jogassem um peso no meu corpo
Enquanto mastigo navalhas e respiro gás carbônico
Me fazem parecer apenas um outro louco lunático
Tremendo de medo dos males invisíveis do meio-dia
Ouvindo risadas não sei qual foi a piada
Me olho no espelho e não vejo nada engraçado
Vejo só um cadáver de pé, andando desajeitado
Procurando uma vala pra me jogar e fazer mais nada
O relógio vem batendo e a cada badalada
Uma cilada que eu encontro em uma mentira velada
Em tropeços e preços o meu apreço esqueço
Pelo presente tão precioso que você chama de vida
Vivi demais para saber que não tem sentido
Fechar os olhos e tampar os ouvidos
Se aquele que mais quer me ter por desaparecido
Sou este que escreve desejando nunca ter nascido