O tédio mata

Sem cor e sem luz!

Mas também não é escuro.

Talvez cinza!

Nada reluz.

Apenas se move a não vontade

de não sei o quê.

 

Como lidar com o indefinido?

O ausente de tantas coisas,

mas incapaz de dizer uma sequer.

 

Você quer dar um passeio?

Sei lá!

Quer comer alguma coisa gostosa?

O quê?

Também sem prazer.

Sem movimento.

Apenas o tormento

De não saber do que se trata.

 

Tudo parece ficar cada vez mais afastado.

Desaparecer.

Sem cor e sem movimento.

Onde buscar a cura?

 

Nem remédio se consegue querer ou encontrar.

O sono parece nos escapar pelos olhos.

Ao fechar, eles se abrem

como se quisessem ver algo.

Mas o fundo que não é luz, nem escuro,

nem bom, nem ruim

nem saboroso nem amargo.

 

Ops. O tédio tem gosto de amargura.

Então consigo abrir a boca

pois tem amargor que é gostoso.

Mas não é cacau puro.

Talvez o único caminho para curar o tédio

Esteja dentro de si mesmo.

 

É uma doença!

Que mata aos poucos.

Parece que escrevendo sobre ele

Melhora-se um pouco.

Então a tese de vida:

A escrita é restauradora da luz,

da alegria de viver.

 

Entregar-me-ei às palavras,

pois foi da sua palavra que Deus fez o mundo.

E tudo era bom!

Faça-se a vida então!

Edebrande Cavalieri
Enviado por Edebrande Cavalieri em 22/10/2021
Reeditado em 09/12/2021
Código do texto: T7369168
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