O choro

Quantas variações tem-se desse sentimento

que se torna até difícil defini-lo.

Foi a primeira coisa que cada um de nós fez.

E por que aquele choro no imediato do parto?

 

Não foi um “choro só”,

nem choro calado,

contido.

Foi um choro ouvido!

Sentido!

Bem estridente.

 

Era preciso chorar

como se fosse necessário acordar.

A manjedoura uterina de nove meses

nos moldou até onde pode

para outra realidade.

 

Que choque!

Agora outra quentura.

É preciso respirar.

É preciso falar,

mesmo faltando a fala.

 

O choro foi na verdade um grito.

Acordei!

O choro foi nosso primeiro contato

com um mundo desconhecido.

Talvez o choro seja o nosso desespero

Diante dessa mesma realidade,

um desejo inconsciente de retorno

abandonando esse desterro.

Edebrande Cavalieri
Enviado por Edebrande Cavalieri em 20/10/2021
Reeditado em 09/12/2021
Código do texto: T7367473
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