Ainda aqui?
Sentada em um banco
Tao solitária quanto um cacto no meio do sertão,
Apenas com seus espinhos apontados para todas as direções
É tão difícil, a proteção torna-se obrigatória
Onde estão todos? Onde foi aquela gente?
Família que ficou para trás, amores perdidos, crianças crescendo...
Cada qual segue seu caminho,
Numa travessia conturbada.
O isolamento foi obrigatório
Um mundo que ficou adormecido.
E agora ninguém consegue sair
E os que saem estão perdidos.
Perdidos no que, o que há lá fora?
Projetou expectativa em um lar que só existia na mente
E não há mais como voltar,
E não sabe como ficar.
E os dias passam rápido de mais
Por que mais haverá de sofrer?
Todos já se foram, todos já se foram.
Resiliência, seria essa a palavra?
Será que dá pra viver só em um mundo tão abrupto
Pessoas engolidas por ódio, outras por ignorância
Parece que o amor acabou, será que existe humanidade?
Ou só a encontra através da lapide,
Depois que nada mais resta?
Nesse momento não adianta mais...
Verdades aparecerão pelas lágrimas,
As quais cairão ao chão,
Tudo parece triste e pequeno.
Vale a pena seguir?
Ou melhor desistir?
De onde se enxerga sorrisos
Pensa-se que há abrigo
Na verdade, são mascaras
Escondendo a face
De toda essa perversidade.