Queria...
Juro que queria nessa hora,
Neste exato momento
Já que sou mesmo louco
Carregando essa balda
De sermos todos...
Pois, como dizem assim,
A esmagadora maioria dos normais, de que
Poetas são um bando de devaneadores
Malucos e romanescos sobremaneiras,
Sonhadores e esquisitos demais!
Mas voltando...
Queria, era me armar até os dentes
Saindo, feito um biruta ensandecido
(o que de fato dizem que sou, e eu concordo...)
Com chaves, serras, serrotes,
Machados, marretas, coisas e tais
A destruir e romper, cadeados e trancas
Soltando amarras, jaulas, correntes,
Tendo em mãos, alavancas
Pra dar sopro de vida, aos cativos
Prisioneiros sem sorte
Dóceis cãezinhos, aves, animais, passarinhos
Do risco eminente, da crueldade e da morte!
Promover uma enorme e santa debandada,
Uma imensa e magistral revoada
Vê-los felizes, rumando confiantes,
Como bela peça teatral, lúdica e esvoaçante
Avante, felizes e para o alto,
Toda casta indefesa de Deus
Para os ‘seus’ em seus habitats naturais
E quem sabe, deflagar uma espécie de guerra,
Sacrossanta, libertadora e sagrada
Pondo de vez em check...,
A presumir nesse pervertido embate,
Quem?
Quem são de fato os seres inteligentes
Humanos, sábios e racionais!
Confesso que uma das cenas que mais me comovem
Na qual muito entristeço e que até choro, ao ver
...quando numa estrada, um bichinho estirado
Pisoteado por pés emborrachados,
Acelerados sem rumos, intempestivos sonoros
Celerados bestiais, dolosos e atrozes
Recorrentes e alucinados
Cheios de ira, de gana e insana pressa,
Criminosos e agentes fatais
Insensíveis, ao deambular amedrontado
De seres pequeninos perdidos,
Por nossa sanha e por nós, também acuados
A viverem dolente tragédia
Nas suas trágicas travessias,
Funestas, asfaltadas finais!
"Se demorar a voltar, pode ser que eu esteja preso, mas porém satisfeito por encampar essa
SAGRADA GUERRA SANTA..."