Se ela tocar a campainha
Eu tinha certeza de que era ela me olhando...
Sondando...
Rondando e querendo entrar...
Ansiosamente procurando a porta...
Mas de repente o silêncio se fez...
Cresceu.
Ninguém tocou a campainha...
E acalmou-se a aorta.
Era só um vento que passava...
Já não importa.
Quem sabe ela volta noutra hora mais auspícia.
Casa limpa, arejada, porta aberta e mesa posta.
À felicidade propícia.
Talvez até a minha alma esteja mais disposta
e ela sem pressa de ir embora...
Afinal, todo bom vinho carece de maturidade...
E saborear uma boa safra o espírito revigora...
Aquece, acende...
Traz tranquilidade.
Tudo em volta se ilumina.
O sorriso abre...
Cresce.
E ao coração poeta, levemente embriagado,
surpreende...
Enternece.
E então, se a vontade determina,
a convido a se sentar...
Talvez ela se renda...
E, dessa vez não se arrependa,
venha pra ficar...
Adriribeiro/@adri.poesias