"Déspota futurista"
Antitética imagem o fez: de déspota a pai dedicado; entre a sanguinária limpeza em algum morro carioca e o lar abalado. E assim, entre depressivos e explosivos reinou soberano. Criou a lenda, o mito inabalável: caveiras e facas a volta do futurista fardado.
A resolução imediata para o eterno problema se faz necessário, mas chora de medo o cidadão indefeso: ruas habitadas por insolentes, sentem-se estrangeiros dentro do próprio país, são os pagantes do espetáculo revolucionário.
Herói às avessas e pícaro: a junção do guerreiro indefinido, produto de uma sociedade argentaria (que palavra mais perfeita) e totalitária, é assim o déspota futurista almejado. Incrédulo na execução sumária, regido por suas leis inquestionáveis.
Trágico destino a meteórica carreira lhe ofereceu: depressivo, impotente (diga-se da impotência moral) e indizível.
O choro exaustivo da mãe, quando na perda do filho imoral; não o convenceu de que a luta corpórea (somente) não basta. E assim, ao reparar um erro, outro comete. Sucessivamente outros surgiram. Nascimentos e déspotas indiferentes ao rolo propulsor (ou compressor) da injustiça fardada.