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Nas horas doídas em que a saudade aperta,
baixinho estou a sussurrar por seu nome!
 Me pego em descontrole, a chamar por você,
na nítida e cruel certeza de que comigo, você não está.
  Fraquinho, desfalecendo e ainda sussurrando,
percebo que você não veio, pois não está aqui!
  Sei que está bem longe! ...d’outro lado da porta da dor,
num ponto cego que nem mais meu querer, alcança.
 De repente, me dou conta que sou sal, sou filho da terra,
sou pó e poeira, que vivo pelos ares e sempre pelas nuvens!
  Fatigado de em vão pronunciar teu nome,
...
de querer de tudo aquilo, que me foi e ainda é amor,
  porque nenhuma distância, nem a ação do tempo, poderá aplacar...
  Me deparo de súbito, no topo de um monte, que nem sei como cheguei, abismado e confiante na certeza de ser, enfim ouvido!
  Cá por de cima, vendo caminhos tortuosos, feito linhas sem fim.
  Vendo linhas densas, obtusas, desconexas, disformes,
que estreitam e alargam, a se fundirem numa vastidão de nada.
  Linhas que pareciam me aproximar, ainda mais de minha solidão!
  E se é que se interligariam um dia em algum lugar,
por conseguinte, só se fossem lá, bem adiante!

  Mesmo assim, agora mais encorajado, certo e confiante, e mais, muito mais apaixonado!
  Como disse, sem estar certo de ser ouvido, gritando bem forte
por teu nome ou por minha querida e n
esse caso tanto faz, pois são ambos para mim, sinônimos e atestadores do meu amor!
  Ah! Mas tudo o que me veio de volta, foi aquilo que eu mesmo pronunciei.
 Versos anódinos, repetidos de forma fria e duma voz, insensível e chata.
  Depois de repetir, várias e várias vezes, insistindo ser eu apenas ecos de mim...
  Quando já estava quase decidido me conformar a sentir infinda, solidão e saudade eternos, um vento bom, oportuno e alarmante/ bandoleiro e em nada discreto,  mas amigo e piedoso toma
e cessa destes meus ecos dolentes e frígidos, traduzindo de minhas carências, 
o peso desmedido de todas as minhas angústias!
  E num átimo de tempo (talvez na exata de duração de um sonho)
este ventinho camarada leva pelas entranhas do infinito,  
ricocheteando montanhas, pedras gigantescas e cânions, 
minha voz rouca e desgastada, quase apagando-se, 
traz de presente você de volta pra mim,
pois mais forte que os ecos de todas as dores, É O AMOR!

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SERRA GERAL
Enviado por SERRA GERAL em 11/10/2021
Reeditado em 11/10/2021
Código do texto: T7361000
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