Essências
De quantos pedaços somos feitas?
De quantos desencantos
nos refazemos?
De quantas mortes vividas, reascendemos?
Perguntas retóricas pairam sobre nossos dias, das metamorfoses impostas vamos nos moldando, trocando a pele das emoções, refazendo passos, num viver que é um constante recomeço até que a chama da vida venha se apagar.
Nossas impressões estão espalhadas por cada canto, cada curva na estrada que é viver...sempre reagrupando.
Quantos fragmentos estão amontoados dentro de nós?
E vez outra nos fere, nos corta abrindo feridas já existentes, nos impõe seu lema desde o começo vivente.
É uma guerra por nossa existência, não basta existir cambaleando daqui pra ali,
é preciso saber existir.
São dias quase morte, são mortes consecutivas dia à dia na terra dos mais fortes.
Morre um pouco de nós cada vez que o silêncio reina, enquanto o caos destroça, nos sopra pra todas as direções, cada vez que enganamos a nós mesmas de tudo que dói, cada vez que choramos por dentro, cada vez que somos traídas pelos sentimentos.
Nos traímos em pensar que podemos desaparecer dentro nós mesmas,
nos esconder, nossas pegadas apagar...engano nosso pensar, impossível encobrir, nossa essência de nós arrancar.
Somos compostas de tantos infinitos que duram segundos ou uma eternidade
Somos àquilo que deixamos registrado, impregnado na alma do mundo ou no mundo de alguém, nossas digitais ficam gravadas na memória, nas pegadas de nossa existência, dos nossos fragmentos somos reféns, espalhados pela nossa essência.
Heterônimo: Maria Mística
Marias do Brasil