RASGANDO O CÉU...

Rasgando o céu na transição da flor, lá vai uma vida morta de amor, sucumbiu por ser, amou em demasia, foi só querer, esqueceu do “amar ao próximo como a si mesmo”, decreto do alto para nós mesmos, somos também objeto do amor, não podemos ser somente dor, balada caminhante de vidas profusas, generosas, difusas, nascem e morrem, séquito da luta, vida de doação, jornada absoluta, lida de briga, amor resulta, catam restos, migalhas, terra devoluta, mundo infundado, sonegado, maltratado, disputa.

Nascemos para amar, doar, ser e servir, achar o Deus do céu aberto, abraçando a todos no universo, injusto não receber, a graça nos foi dada para também ter, amor, calor, continuar a ser, crescer na aula da vida que palpita dentro de nós, o cosmos, o universo, unidade na multiplicidade, ancestralidade, repetição alada dos pássaros, canto da flor no pólen do amor, troca recíproca, metamorfose da matéria distante da dor, hino ao fervor, repele a vida a expulsão do amor, dele somos credores como a extensão da flor, que é perfume e cor, enfeitando a vida e o céu, ardor, explosão de calor, puro amor...

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 07/10/2021
Código do texto: T7358748
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